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MADEIRADiG 2023 encantou cerca de mil amantes da música experimental

A 19ª edição aconteceu de 30 de novembro a 5 de dezembro entre a Calheta e a Ponta do Sol 

13 de dezembro de 2023

Hannan Jones e Shamica Ruddoc MADEIRADiG 2023

Hannan Jones & Shamica Ruddock | MADEIRADiG 2023 © Miguel Apolinário

Chegou ao fim mais uma edição do festival MADEIRADiG - festival anual dedicado à música eletrónica e experimental. O festival instalou-se na costa oeste da ilha da Madeira durante seis dias, repletos de experiências sonoras e audiovisuais das demais expressões artísticas , aliadas ao uso de tecnologias inovadoras, instrumentos convencionais e não convencionai s e, ainda, a experimentação com diferentes estilos e géneros.

 

De 30 de novembro a 5 de dezembro, o MADEIRADiG recebeu cerca de vinte artistas variados, nacionais e emergentes, proporcionando, assim, um certame eclético do panorama global da música eletrónica e experimental e da arte digital.

Em números, o auditório do MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira recebeu 516 pessoas durante os quatro concertos programados no local e 447 pessoas passaram pelo Centro Cultural John dos Passos para as diversas atividades a decorrer, tais como a exposição What is Watt? e respetivo documentário, e os concertos de abertura e encerramento do festival. Feitas as contas, passaram quase mil pessoas pelo festival MADEIRADiG, o que corresponde a um balanço bastante positivo desta 19ª edição, que continua a aderir em massa os amantes da música eletrónica e experimental.

O arranque do festival ficou marcado pela inauguração da exposição ‘What is Watt? no Centro Cultural John dos Passos, levado a cabo por António Barros, António Dantas, Carlos Valente, Celeste Cerqueira, Evangelina Sirgado de Sousa, Hugo Olim, Pedro Pestana e Silvestre Pestana, e contou com a presença do Diretor da estrutura, Dr. Bernardo Vasconcelos, em representação da Secretaria Regional de Turismo e Cultura. Nesse mesmo dia, Aires & Canadian Rifles, dois músicos madeirenses com carreira internacional na eletrónica experimental contemporânea, abriram o certame musical com a apresentação de um projeto em que, a partir do extenso arquivo da Associação Cultural e Musical Xarabanda, trabalham o património imaterial da ilha da Madeira, criando uma leitura do imaginário popular, promovendo a interação entre os novos meios de criação musical. A artista Mafalda Melim acompanha este projeto na componente visual.

Uma vez inaugurada, a programação seguiu para o auditório do MUDAS para quatro noites ao som de Rafael Toral, Hannan Jones & Shamica Ruddock, Sofia Jernberg, Judith Hamann, Alan Licht, Beatrice Dillon, Ana Roxanne e Leila Bordreuil. Terminados os concertos, rumo para a Estalagem da Ponta do Sol para as after sessions, com a programação de Nuno Barcelos, numa atmosfera mais descontraída, intimista e informal ao som de vários Djs e diversos artistas.

Destaque absoluto para as performances no MUDAS de Leila Bordreuil, Sofia Jernberg e Beatrice Dillon que, como era de esperar, não deixaram o público indiferente. Sofia Jernberg, a aclamada cantora experimental sueca, já prometia, e cumpriu, uma viagem empírica ao longo da sua voz caracterizada por uma ampla gama de técnicas vocais expressivas e improvisação. Beatrice Dillon, “a nova artista mais emocionante da música eletrónica” como refere The Guardian, fez da sua performance uma experiência sonora única e envolvente, misturando a música eletrónica contemporânea com influências de diferentes tradições musicais. Leila Bordreuil fechou a ronda de concertos na Calheta com uma fantástica performance que fez o público vibrar ao som do seu violoncelo, misturando elementos de noise, clássico contemporâneo e tradições experimentais, implementando a manipulação de eletrónicos e a experimentação com timbres e texturas.

A última performance ficou nas fantásticas mãos de Mario Batkovic, que encantou o público com o seu acordeão e fechou a programação desta edição no Centro Cultural John dos Passos, cumprindo a sua habitual missão de tocar de forma desafiadora e experimental. O artista é conhecido por explorar uma grande variedade de estilos musicais, tais como música contemporânea, música experimental e música folclórica, usando o acordeão de maneira inovadora, com um conjunto vasto de técnicas estendidas e ritmos complexos.

Destaque, ainda, para a estreia do documentário “What is Watt?” realizado por Hugo Olim, que superou as expetativas no que diz respeito a adesão de público, reunindo, assim, cerca de 50 pessoas. Quer a implementação da exposição, quer a estreia do documentário, foram uma oportunidade de redescoberta deste que é um projeto que celebra mais de 20 anos de atividade. What is Watt? esteve patente no Centro Cultural John dos Passos de 30 de novembro a 5 de dezembro e prepara-se para circulação regional e, futuramente, nacional com datas e locais ainda por anunciar.

O festival MADEIRADiG chega, assim, ao fim, após seis dias repletos de experiências musicais e audiovisuais, com uma programação dinâmica e um conjunto de propostas diversificadas das diversas correntes e expressões artísticas. Edição após edição, apresentamos propostas que enriquecem e complementam o que já foi apresentado em anos anteriores, fazendo parte dos nossos propósitos incluir não só artistas emergentes, como também nacionais.

Recorde-se que o festival MADEIRADiG conta com a parceria da agência cultural Digital in Berlin, o que permitiu a internacionalização do evento, passando a atrair públicos oriundos do Norte da Europa e fazendo do MADEIRADiG um dos eventos da Região com impacto no Turismo Cultural, na medida em que mais de 80% do público é composto por espectadores estrangeiros. Organizado pela APCA - Agência de Promoção da Cultura Atlântica conta, ainda, com o apoio da República Portuguesa /  Direção Geral das Artes, no âmbito do programa de apoio a projetos no domínio da programação e desenvolvimento de públicos na área dos Novos Media, bem como da Estalagem da Ponta do Sol e da Secretaria Regional de Turismo e Cultura, através do Centro Cultural John dos Passos e do MUDAS - Museu de Arte Contemporânea da Madeira. 

Veja mais fotografias aqui

www.madeiradig.com

Bernardo Vasconcelos e Silvestre Pestana What is Watt

Bernardo Vasconcelos e Silvestre Pestana | What is Watt? © Miguel Apolinário

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